No último dia 20 de fevereiro, tive a oportunidade de falar sobre Comunicação Não-Violenta para cerca de 40 colaboradores do Instituto Estadual de do Ambiente, o INEA. A oficina foi facilitada não só por mim, mas também pela Bianca Erthal, Cristina Cantergiani e Sônia Pontes. Presentes de vida que ganhei no curso de Pedagogia da Cooperação e Metodologias Colaborativas.
No Inea, eles possuem uma diretoria de Gente e Gestão, atualmente gerida pelo Fernando Holanda. Neste setor, a Elaine Costa coordena a Universidade do Ambiente, junto com a Cleic Kelly, assistente de Coordenação. Juntos eles têm a missão de desenvolver servidores, promovendo capacitações que apoiam a Secretaria do estado do Ambiente e Sustentabilidade e todas suas autarquias vinculadas.
Neste momento, eles vivem um momento de transição de gestão e, por isso, acreditaram que uma comunicação mais clara, autêntica e empática pode ser uma ferramenta eficaz para conduzir esse processo.
Como celebro ver esse tipo de iniciativa no setor público!
O que abordamos na oficina?
Antes de mais nada, reforçamos que a Comunicação Não-Violenta é uma técnica sistematizada por Marshall Rosemberg. Por meio dela conseguimos mais conexão e empatia com nós mesmos e com as outras pessoas.
A metodologia está baseada em quatro passos básicos.
- Observação
- Sentimento
- Necessidade
- Pedido
Apesar de essas etapas serem claras e “simples”, de maneira geral, encontramos dificuldade em aplicá-las porque há séculos nos comunicamos por meio de uma estrutura de linguagem que nos leva à violência.
A CNV é uma nova ferramenta para nos dar suporte, principalmente em momentos de conflito. É treino e tentativa, por isso conduzimos a oficina por meio de dinâmicas nas quais os participantes são levados a refletirem, trocarem informações, questionarem e, principalmente, compartilharem suas realidades.
Opinião de participantes
Por que falar de Comunicação Não-Violenta é tão importante para mim?
Eu sou formada em Comunicação Social (jornalismo) e também fiz o mestrado em Comunicação Sociedade. Um dia escutei da minha mãe: “Flávia, a maneira como você fala às vezes fere de um jeito que você não pode imaginar .
Mesmo sendo vista muitas vezes como uma pessoa tranquila, também escutei afirmativas semelhantes de outras pessoas, principalmente daqueles que tive relações mais íntimas (irmãos, namorados…)
Confesso que ver a realidade estampada na minha cara me fez me sentir triste. Saber que as minhas palavras são capazes de causar estragos nas pessoas que mais amo e amei (mesmo quando não tenho essa intenção) definitivamente não é algo que me orgulho.
Entretanto, sei que essas falhas validam um ponto muito importante sobre mim: SOU HUMANA e, como tal, chega a ser quase normal a minha violência por meio da linguagem. É a maneira como aprendemos e reproduzimos a nossa comunicação há séculos.
No âmbito do falar e do ouvir ocorrem inúmeras formas de violência que muitas vezes não percebemos.
Em busca de uma nova maneira de me expressar
Quando conheci a Comunicação Não-Violenta foi muito arrebatador. Vi que por meio de uma técnica simples e acessível, eu poderia alcançar uma nova maneira de me conectar com qualquer pessoa, sem me anular ou deixar de ser autêntica.
Além disso, percebi a possibilidade de ampliar a consideração pelo o outro lado humano que também faz parte do processo. Quem me conhece sabe que, quando me apaixono por algo, quero levar pro mundo. Assim tem sido com a CNV.
O bom dessa caminhada é encontrar parceiras e parceiros que compartilham do mesmo propósito. Neste workshop do Inea tive uma das minhas melhores experiências em facilitação. A razão foi por não estar sozinha e por dividir o trabalho com a Bianca Erthal, Cristina Cantergiani e Sônia Pontes. Contamos também com o super apoio da Carla Oliveira, também amiga do curso de Pedagogia da Cooperação.
Foi uma tarde incrível. Além de aprender imensamente com cada uma delas, me senti segura, apoiada e estimulada a continuar me aprimorando, aprendendo e compartilhando mais e mais sobre as coisas que fazem diferença em um mundo que precisa muito de conexões mais empáticas.
Saiba mais sobre a oficina no Colégio Pedro II e na Fundação Casa de Rui Barbosa.